As
coisas na vida têm a dimensão que lhe designamos e algumas fases são marcadas
pela presença do que eu gosto de denominar "pequenos conflitos". Não
se deixe enganar pelo o adjetivo utilizado normalmente para designar a
característica de "menor". Os pequenos conflitos são os piores. Como
um coágulo de pequenas dimensões, um pequeno conflito, quando misturado a
determinadas circunstâncias, pode fazer seu coração parar. Esses conflitos são
os piores por que eles envolvem normalmente pessoas importantes, já que, se
envolvessem pessoas odiadas, estes seriam conflitos enormes, complexos e
assustadoramente ignoráveis. Um grande conflito ou a gente resolve com grandes
gestos ou abraça a situação assimilando-a e acostumando-se a ela (claro que no
caminho a gente sofre, e muito). Quando me deparo com um pequeno conflito não
consigo deixar de vê-lo como uma imensa perda de tempo que nem ao menos permite
o sentimento de grande culpa ou tristeza. Eles existem para irritar de forma
sutil, sem ter coragem suficiente para jogar a verdade na nossa cara. E essa
sutileza e essa máscara de boas aparências, escondem milhares de outras mágoas
que ocupam nosso tempo inutilmente: os pequenos conflitos não têm solução. Com
tantas coisas na vida o ser humano continua egocêntrico e, enquanto uns admitem
o orgulho e egoísmo, outros tentam disfarçá-lo! O que é um pequeno probleminha
na nossa rotina? No nosso círculo de amizades? É uma possibilidade para jogar
com cada sensibilidade e cada "talão de Aquiles" que encontramos naquele
em que depositamos o desconforto referente àquele pequeno conflito. O problema
é esse, um pequeno conflito é apenas um reflexo equivocado e vacilante de uma
grande auto-insatisfação. Então na boa, se está com algum probleminha comigo
peço que você engula ou que venha admitir pra mim como ele realmente te
incomoda. Chega de falsidade e de preocupações ridículas e fúteis, por favor.
Tenho coisas muito mais importantes pra fazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário