O relógio de ouro que o coelho carrega
Tiquetaquea à minha frente
desdobrando o caminho
que sinuoso me consome
nas labaredas do meu próprio passado.
Sugestivamente segue-me um velho,
sem nome, idade, tempo
limpo, quieto, irreal
Que sufoca-me os pulmões ácidos
Consumidos pela sombra dos meus atos
(que me predam sem piedade).
Os olhos confusos escapam no contorcer do coração,
onde o velho está
e deixa de estar e está de novo.
Átras, o velho.
Ao lado, idem
À frente, idem
Idem
Idem
Idem.
E quando ele me sorri,
triste verdade:
não possui nenhum dente.
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