quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Uma homenagem.

Na nossa vida a gente conhece muitas pessoas, algumas ficam na memória e outras não. Das que ficam, existem aquelas que a gente sempre está relembrando e revivendo e existem aquelas que guardam-se carinhosamente num estoque quentinho ou num cantinho da cabeça. Assombra-me, ou talvez assombrar seja um verbo sinistro demais para utilizar e seja melhor dizer "surpeende-me", o impacto que um encontro pode ter nas nossas vidas. Vivemos numa realidade um pouco diferente da dos filmes de ficção ou romance. Vivemos num mundo construído sobre pilares de vulnerabilidade. E sou uma pessoa extremamente vulnerável quando se trata de saudades. Sinto saudades de cada pessoa que marcou minha vida, seja por um dia ou por alguns anos. Conheci um homem que a cada vez que o ouvia falar sentia uma alegria, um prazer pela vida. Um homem que conseguiu, mesmo que de longe, me proporcionar diferentes emoções (das quais nem sempre gostava, talvez por não conhecê-las) e que se fazia presente nas recordações. E era, e ainda é, difícil associar o passado cruel que algum dia ele já vivera com aquele simpático sorriso por detrás de seus belos olhos. Não é dramático a gente chorar por alguém, é um meio de permitir que as saudades se materializem e mais que isso, é um jeito, talvez não o único, de demonstrar a nossa dor. Esse mesmo homem será sempre lembrado do jeito que o conheci, engraçado, ativo e de bom humor. Será lembrado por suas belas palavras, ainda presentes entre nós, pairando no topo do Pão-de-Açúcar e por entre o bater de asas de uma gaivota.  Será lembrado como um homem forte. Um homem que se fez forte nas palavras que hoje emprego nas minhas poesias, se fez forte naquela única viagem e mais que isso, se fez forte nos nossos corações.

Tua presença é infinita
no mundo que hoje se deita sobre nós
e cobre-nos o corpo como um cobertor quente
de saudades e amor.

Tua presença é o som da tua risada
são tuas imortais ideias
tuas imortais batalhas.

Tua presença é o agradecimento
que paira dentro de meu peito
é a sorte de termos recebido alguém como ti
dos céus, ou da terra, ou da música.

Tua presença é e ainda estará
sobre nossos batimentos,
sobre nossos olhos e lágrimas
e sobre nossas memórias,
que assim como ti, nunca se apagam,
apenas crescem mais e mais
sem limite ou tempo suficiente
para torná-las passado.

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