domingo, 7 de outubro de 2012

Ensaios sobre a Amargura e Felicidade da Alma 2 - "O Real me dá asma"

Os homens mudam e a sociedade impôs ao intelecto humano uma condição de quase constante auto-contemplação. Autóctones dessa esfera a que chamamos "Terra", o homem tem desafiado até as leis da natureza, a mesma que é o pilar (e não deixa de ser mais de um) de sustentação da vida. Nenhuma objeção quanto à desafiadora e complexa teoria da evolução darwniana das espécies, mas o homem desevolucionou quando se trata de variados aspectos que transcendem o aspecto físico. Os computadores, as fábricas, o capital e incontáveis coisas não são fatores demasiadamente convincentes para sustentar a ideal evolução, são apenas provas da capacidade do universo dos neurônios de criar e de adaptar. Perdemos os pêlos corporais (ou ao menos parte deles), andamos em posição ereta, desenvolvemos um polegar opositor. Esse mesmo ser, o rei dos reis da monárquica teia alimentar, criou uma sede insaciável movida pela curiosidade (para não dizer ganância). Cambaleantes numa corda bamba os homens procuram meios de driblar a inevitável e temida morte. O que se ganhou em velocidade de acesso à bens também ganhou-se em rapidez de auto-destruição. O planeta chora com a mesquinhez. As cidades são contruídas por sobre o sangue dos escravos (ou quase) que são acorrentados pela metafórica corrente do egoísmo humano. A banalização dos laços afetivos cresce numa curva quase reta, abolindo a humanidade que ainda paira no ar. Agora as guerras destroem mais, agora a tortura economica e psicológica reina ainda mais nos campos de batalha. As atrocidades enforcam meus pulmões que se contorcem com uma ferocidade temerosa. E é nesse momento que se vê alguém dando um sanduíche para um morador de rua. E é assim que me dou (falo em primeira pessoa para enfatizar meus sentimentos) o direito ou quase reconforto de um único pensamento: Para o futuro, nunca é tarde demais.

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