quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Ensaios sobre a Amargura e Felicidade da Alma 1 - "Entediar-se é mascarar o tempo"

Em meio á um turbilhão (utilizando um eufemismo) de coisas, nasceu no interior de minhas vísceras uma idéia, e talvez nada seja realmente mais forte do que essa idéia. O mais difícil não é tê-la, mas sim cultivá-la e desenvolvê-la na esperança de que um dia ela passe a ser real e não apenas inteligível. Vou chamá-la de um ensaio pois estou ensaiando parte da minha realidade, estou exercitando meus pensamentos cada vez mais no intuito de algum dia aperfeiçoar a essência que está por trás deles. A amargura e a felicidade são os verdadeiros paradoxos e antítese que existem, e atraledos entre si, conduzem as emoções e são o bastão da alma cega, que está sempre a procura de um não sei o quê que talvez nem a filosofia seja capaz de propor. E a alma nada mais é do que nosso próprio mundo, do que uma metáfora reconfortante (ou não) para essa coisa que denominamos vida. O aleatório talvez seja uma das únicas coisas no ser humano que sobreviveu autêntica depois de muitos anos e regimes e paixões e teoremas. Por isso, abuso da aleatoriedade ao escrever estes textos, seja para construir ou desconstruir sonhos e idéias minhas ou para desafiar minha própria rotina com uma pitada de inesperado. Num mundo incessante, o momento de tédio é quase uma ilusão, uma utopia. E esta utopia é a que pretendo explorar no intuito de ver se o tédio é o exercício do nada ou o exercitar de algo. Sem márcaras, sem tempo e sem pretensões demasiadamente marcantes, embarco agora numa viagem só de ida rumo ao desconhecido. E a sensação jamais foi tão boa.

Os títulos...
Silogismos da Amargura
                       Emil Michel Cioran (1911-1995)

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